segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ouro Preto


    Numa manhã chuvosa em Ouro Preto
    Vi um deus negro segurando as lágrimas
    da grande mãe África em suas mãos
    Mãe que chora sobre uma cidade
    Suas lágrimas escorrem sobre as pedras das ruas, pedras das calçadas,
    sobre as pedras das casas e as  pedras das igrejas.
    Lágrimas que limpam as agruras impregnadas,
    nas pedras do sofrimento de seus filhos escravos
    Os europeus já arrancaram os deuses das entranhas da mãe
    Rubiz, diamantes e ouro foram levados da África.
    Quando o ouro aparece nas grandes Minas gerais,
    Novamente os portugueses  vão buscar os filhos da negra mãe.
    Só os pretos podiam encostar e extrair as preciosidades da terra.
    Hoje, Ouro Preto é negro!
    São eles que sobem e descem as ladeiras da cidade
    São eles que gritam através das pedras das paredes e cascalhos,
    quando o trem passa
    São eles o verdadeiro sentido da cidade
    Eles são o Ouro Preto de Minas Gerais.

                                                                          Augusto

Um comentário:

  1. Ah! Augusto, realmente você escreve com a alma.
    Parabéns por mais esta obra.
    Obrigada, por mais este presente.
    Beijos no coração....

    ResponderExcluir