segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
A Carta
Tem pessoa que é marcada por um sentimento intenso que sentiu por outra pessoa e carrega a lembrança do que se dividiu, mas os caminhos são diferentes e elas se afastam. O pior é quando apenas uma delas tem a ilusão de que o tempo não vai apagar a lembrança. Aí ela tenta um contato ameno, apenas para palpar cuidadosamente a alma do outro, na esperança de encontrar seus próprios fragmentos impressos e o outro já não carrega mais lembrança alguma. Então quem amou escreve:
Eu escrevi aquela carta para você
Não parecia, mas era uma carta de amor
Um amor nas entrelinhas e ao mesmo tempo em cada letrinha
Cada palavra impregnada pelo amor que escorria do coração à mão
Mesmo que tivesse escrito uma receita de bolo
Você devia sentir que cada frase, exalava forte e sutilmente um sentimento
Se você leu como receita
o seu amor acabou
Mas se guarda no peito uma fagulha que seja
sentirás como um perfume que ao entrar em você
acenderá seu amor.
Augusto
domingo, 27 de fevereiro de 2011
O Gigante & o Sol
Eu nunca entendi você.
Nunca soube a sua verdadeira história,
mas uma coisa eu sentia:
Você esperava!
Que evolução é esperar
mas o que você esperava?
Tão entregue, deitado
com os dedos cruzados.
Parecia que acreditava que tudo
tem seu tempo certo, sem incertezas.
Eu o olhava ao amanhecer e lá estava você,
a noite chegava e não se alterava.
Não respondia minhas indagações
parecia que também me exigia espera.
Muito tempo esperei.
Até o dia que você me revelou
que esperava pelo amor.
Pude então ver o dia se esvaindo,
seu peito se abrindo
e seu amor se despindo
para com você se deitar.
Que bonito foi perceber
seu amor sair para nos aquecer
e de tarde você o receber para dele cuidar
Augusto.
Obs.: Essa é a serra da Mantiqueira, que para nós aqui em Cruzeiro a vemos no formato de um Gigante adormecido.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Pétalas
Pétalas
Talvez um dia seremos assim
Na mais completa evolução
Não precisaremos de palavras
Não estaremos vinculados ao tempo
Serão nossas pétalas
a capacidade de amar que adquirimos
e estaremos sempre
com nosso centro, nosso miolo, nosso coração
aberto aos céus, em agradecimento e devoção
Um dia com desprendimento
morreremos
cairemos ao solo e
nasceremos botão.
Talvez um dia seremos assim
Na mais completa evolução
Não precisaremos de palavras
Não estaremos vinculados ao tempo
Serão nossas pétalas
a capacidade de amar que adquirimos
e estaremos sempre
com nosso centro, nosso miolo, nosso coração
aberto aos céus, em agradecimento e devoção
Um dia com desprendimento
morreremos
cairemos ao solo e
nasceremos botão.
Augusto
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Carta à solidão
Carta à solidão
A chuva cai sem trégua depois de tempos de seca e a água me encharca de lembranças, por isso te escrevo. Não posso te saudar com o corriqueiro "quanto tempo?", pois não faz tanto tempo assim que nos encontramos, afinal de contas temos convivido tanto ultimamente que nem sei o porquê sinto sua falta.
Ao pensar que se eu tivesse ouvido as bocas alheias, os pré-julgamentos, eu não a teria conhecido tão intimamente. Não que eu tivesse medo, mas sinceramente o que diziam era de arrepiar. Já rimos disso, mas relembrar estreita ainda mais nossa relação.
Quando diziam, que tristes eram aqueles que eram arrastados por você ao exílio, que merecer sua companhia era por paga de péssimas ações, que partilhar sua presença era para os excluídos, os rejeitados, isso me soa agora como rejeição dos fracos.
Não posso negar que no nosso inevitável encontro, eu trazia os olhos baixos e respeitosos, diante de sua força e altivez, mas me enchi de coragem levantei a cabeça e mergulhei. Talvez essa minha audácia mansa, tenha despertado sua compaixão e você me acolheu. Você fez eu me conhecer.
Agora não quero mais a alegria superficial, a fuga para o banal, só quero a paz que você, solidão me traz.
Saudades, Augusto
A chuva cai sem trégua depois de tempos de seca e a água me encharca de lembranças, por isso te escrevo. Não posso te saudar com o corriqueiro "quanto tempo?", pois não faz tanto tempo assim que nos encontramos, afinal de contas temos convivido tanto ultimamente que nem sei o porquê sinto sua falta.
Ao pensar que se eu tivesse ouvido as bocas alheias, os pré-julgamentos, eu não a teria conhecido tão intimamente. Não que eu tivesse medo, mas sinceramente o que diziam era de arrepiar. Já rimos disso, mas relembrar estreita ainda mais nossa relação.
Quando diziam, que tristes eram aqueles que eram arrastados por você ao exílio, que merecer sua companhia era por paga de péssimas ações, que partilhar sua presença era para os excluídos, os rejeitados, isso me soa agora como rejeição dos fracos.
Não posso negar que no nosso inevitável encontro, eu trazia os olhos baixos e respeitosos, diante de sua força e altivez, mas me enchi de coragem levantei a cabeça e mergulhei. Talvez essa minha audácia mansa, tenha despertado sua compaixão e você me acolheu. Você fez eu me conhecer.
Agora não quero mais a alegria superficial, a fuga para o banal, só quero a paz que você, solidão me traz.
Saudades, Augusto
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Madalena
Madalena
Ah, Madalena
Perdoe às pedras
Por elas, jamais te machucariam
só mesmo pelas mãos dos seus opositores.
Ah, Madalena
Perdoe aos homens
Que tão impregnados pela própria cegueira
Não viram que não adulterava, simplesmente amava.
Ah, Madalena
Que sorte tiveste
d'Ele aparecer em seu caminho de pedras
e ao te olhar, ver o amor que transbordava.
Ah, Madalena
Os cegos só escutaram: -Não peques mais.
Mas você e as pedras puderam entender
o que Ele escrevia na areia.
Ah, Madalena
Vai ser eterna!
Porque o seu amor te salvou.
Augusto
Ah, Madalena
Perdoe às pedras
Por elas, jamais te machucariam
só mesmo pelas mãos dos seus opositores.
Ah, Madalena
Perdoe aos homens
Que tão impregnados pela própria cegueira
Não viram que não adulterava, simplesmente amava.
Ah, Madalena
Que sorte tiveste
d'Ele aparecer em seu caminho de pedras
e ao te olhar, ver o amor que transbordava.
Ah, Madalena
Os cegos só escutaram: -Não peques mais.
Mas você e as pedras puderam entender
o que Ele escrevia na areia.
Ah, Madalena
Vai ser eterna!
Porque o seu amor te salvou.
Augusto
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
Silêncio
SILÊNCIO
Palavras, palavras, palavras...
expressões pela voz
letras, sons articulados
Detesto as palavras!
Elas enfeiam a beleza,
Blá, bla, bla...
Bonito mesmo é o silêncio
Quando conversamos apenas com o sentir
Eu olho pra você
Você olha pra mim.
Sem dizer você traduz
que foi ali para me ver
e eu entrego que senti saudades
o dia inteiro de você.
Resolvemos conversar...
Por isso, detesto as palavras
Emergimos para a superfície
e dizemos coisas banais
A palavra como máscara de
pessoas que nem somos.
Silêncio!!!!!
Vamos apenas dividir
o que a palavra não pode exprimir.
Augusto
Palavras, palavras, palavras...
expressões pela voz
letras, sons articulados
Detesto as palavras!
Elas enfeiam a beleza,
Blá, bla, bla...
Bonito mesmo é o silêncio
Quando conversamos apenas com o sentir
Eu olho pra você
Você olha pra mim.
Sem dizer você traduz
que foi ali para me ver
e eu entrego que senti saudades
o dia inteiro de você.
Resolvemos conversar...
Por isso, detesto as palavras
Emergimos para a superfície
e dizemos coisas banais
A palavra como máscara de
pessoas que nem somos.
Silêncio!!!!!
Vamos apenas dividir
o que a palavra não pode exprimir.
Augusto
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
DESPEDIDA
DESPEDIDA
Você pode ver em meus olhos?
Pode ver o que eles carregam?
Você pode ver a expressão do cão?
Pode ver o que ela carrega?
Se não...
Vou te contar essa história:
Essa teimosa aí apareceu lá na roça, toda assustada se escondendo e se chegando aos pouquinhos próximo da casa. Eu olhei para ela, que foi logo abanando o rabinho desconfiada, eu a amei desde o primeiro momento, dei um banho nela lá no riacho e deixei-a secando ao sol.
Fui à cozinha e escondido peguei com uma concha, o leite que esquentava no caldeirão do fogão a lenha, coloquei num pratinho e levei para ela. Enquanto ela rapidamente lambia o leite, com minha mão eu a acarinhava, cada vez que encostava nela parecia que mais ela me pertencia.
Quando a noite chegou, peguei uns trapos arrumei numa caixinha e coloquei-a para dormir no paiol. A danadinha só queria ficar comigo e chorou a noite toda de saudades.
Meu pai que a vida tinha deixado com coração de pedra, ordenou que eu desse um sumiço no animal. Essas pessoas com o coração endurecido não entendem o amor, não sabem que quando ama não se quer viver longe, pelo contrário melhor bem juntinho.
Então, obrigou-me a selar o cavalo e leva-la para bem longe, para que não houvesse chances dela encontrar o caminho de volta. Fomos então eu, ela, o cavalo, o amor e a dor todos juntos, mas na estrada eu prometi a mim mesmo, que um dia eu seria dono da minha própria vida e poderia sim, amar sem ter que deixar.
Augusto
Você pode ver em meus olhos?
Pode ver o que eles carregam?
Você pode ver a expressão do cão?
Pode ver o que ela carrega?
Se não...
Vou te contar essa história:
Essa teimosa aí apareceu lá na roça, toda assustada se escondendo e se chegando aos pouquinhos próximo da casa. Eu olhei para ela, que foi logo abanando o rabinho desconfiada, eu a amei desde o primeiro momento, dei um banho nela lá no riacho e deixei-a secando ao sol.
Fui à cozinha e escondido peguei com uma concha, o leite que esquentava no caldeirão do fogão a lenha, coloquei num pratinho e levei para ela. Enquanto ela rapidamente lambia o leite, com minha mão eu a acarinhava, cada vez que encostava nela parecia que mais ela me pertencia.
Quando a noite chegou, peguei uns trapos arrumei numa caixinha e coloquei-a para dormir no paiol. A danadinha só queria ficar comigo e chorou a noite toda de saudades.
Meu pai que a vida tinha deixado com coração de pedra, ordenou que eu desse um sumiço no animal. Essas pessoas com o coração endurecido não entendem o amor, não sabem que quando ama não se quer viver longe, pelo contrário melhor bem juntinho.
Então, obrigou-me a selar o cavalo e leva-la para bem longe, para que não houvesse chances dela encontrar o caminho de volta. Fomos então eu, ela, o cavalo, o amor e a dor todos juntos, mas na estrada eu prometi a mim mesmo, que um dia eu seria dono da minha própria vida e poderia sim, amar sem ter que deixar.
Augusto
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Seus olhos
SEUS OLHOS
Seus olhos não negam,
Sua mente pode até mentir,só para você sentir
mas seus olhos te entregam.
Que traiçoeiros são seus olhos!
Você força seu corpo para outra direção, mas seus olhos dizem não
ficam no canto
querem me fitar, me fixar
Dou risada, pois eu e seus olhos somos cúmplices
e eles te entregam.
Sabem que teu coração me pertence, mas sua razão não
Ela força seu corpo e você se vai.
Uma coisa vou te dizer:
- Se seus olhos um dia não vencerem você, eles hão de morrer.
Que fraco foi você.
Augusto
escrito em 07/07/2007
Seus olhos não negam,
Sua mente pode até mentir,só para você sentir
mas seus olhos te entregam.
Que traiçoeiros são seus olhos!
Você força seu corpo para outra direção, mas seus olhos dizem não
ficam no canto
querem me fitar, me fixar
Dou risada, pois eu e seus olhos somos cúmplices
e eles te entregam.
Sabem que teu coração me pertence, mas sua razão não
Ela força seu corpo e você se vai.
Uma coisa vou te dizer:
- Se seus olhos um dia não vencerem você, eles hão de morrer.
Que fraco foi você.
Augusto
escrito em 07/07/2007
Assinar:
Postagens (Atom)